segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A melhor recepção!!!!





26/09/2008
Roraima, única capital brasileira acima do equador, estado com 400 mil habitantes sendo que 250 mil estão concentrados na capital Boa Vista, cidade na qual chegou a Caravana no dia 24/08 num fim de tarde chuvoso.
A recepção não podia ser melhor, à noite os representantes dos estudantes e mais algumas pessoas da cidade nos levaram para fazer um passeio, ficamos sabendo que a cidade foi planejada com inspiração no traçado de Paris, ela tem o formato de um sol, no centro fica o palácio do governo, o fórum, as secretarias, e os raios do sol são as ruas com suas casas, não tê como se perder.
Passamos em frente ao clube da cidade, pela praça das águas, e paramos em um grande complexo no qual acontecia o concurso anual de fanfarras escolares do estado, era muito interessante, assistimos duas escolas, a primeira era bem tradicional, a segunda entrou tocando um tambor fortíssimo e animado. O governador estava presente no evento e fez questão de nos receber.
Depois fomos para a Orla de Taumanan, que tem vários barzinhos às margens do Rio Branco, tomei uma deliciosa caipvodka e fui dormir feliz.
Dia 25/09, dia de pré-produção, fomos cedo para a Universidade ver o espaço, andamos pelos corredores e observamos que o melhor local era em frente a livraria e o auditório, onde tinha uma área ampla que seria montada a barraca da Une. Nesta tarde finalmente ocorreu uma confraternização esportiva entre os meninos, rolou um futebol, o time do Aldo e Pimpolho venceu e o Aldo foi o artilheiro da partida!! À noite, convidados pelos pontos de cultura da região, fomos para o ponto Thianguá, e lá assistimos coisas maravilhosas, que foram dedicadas a cada um de nós.
Era inacreditável, eles nos convidaram para mostrarem suas artes, a casa do ponto era linda, a parede cheia de figurinos cuidadosamente trabalhados, divididos em ciranda e cangaço, além de terem montado uma mesa com frutas e comidas típicas. A apresentação começou com um ponto de música erudita, em seguida entrou a quadrilha com as crianças, depois foi a vez dos jovens da ciranda (esperávamos aquela ciranda de mãos dadas e o que vimos foi muita dança e rebolado!!!), e por fim entrou a dança do cangaço. Tudo maravilhoso!!! Formamos uma roda de conversa, e podemos trocar um pouco de experiência, saber das dificuldades e das lutas destes pontos para manterem seus trabalhos. Acabamos à noite na Orla comendo um delicioso peixe oferecido pelo município escutando uma música ao vivo, sendo que levantamos a galera que dançou conosco um reggae.
Dia 26/09, dia de atividade na universidade, logo que chegamos já haviam muitos adolescentes que foram levados para acompanharem a programação da Une, íamos fazer um cortejo no interior do bloco de humanas e nos apresentar por lá, mas diante das circunstâncias e daquele público, mudamos os rumos, abrimos a roda ali mesmo (na frente da livraria) e após a abertura da trouxa, encenamos as marchinhas de carnaval: Pierrot e Colombina e a Jardineira. O Pimpolho não foi nesta intervenção da manhã, tínhamos combinado de narrar o Inferno Nacional, que normalmente era ele que narrava. O Santini perguntou se eu narraria, eu disse que não, e ele disse vai narrar porque eu vou fazer, ou seja, me jogou na fogueira legal, mas foi ótimo, porque apesar de um pouco nervosa, acho que dei conta do recado, narrei pela primeira vez o Inferno Nacional, e certamente rompi com várias barreira, estou certa de que foi um momento de muito crescimento.
Depois da nossa apresentação houve um ato solene de abertura da programação da Caravana com a presença do governador, secretário de educação, cultura e desportes, deputada federal, representantes do movimento estudantil entre outros. Depois do ato estava marcado um debate mas todos os alunos foram embora e o debate não aconteceu, certo que o horário era de almoço, mas o desinteresse dos alunos também deve ser considerado. Como fazer com que se interessem em debater questões de interesse coletivo, talvez o debate não seja a melhor maneira, mas qual é então?!, não estou falando aqui sobre o teatro, tenho certeza que ele é um instrumento eficaz para colocar as pessoas e pensamentos em movimento, mas será que não existe outras formas?!!!
À tarde fomos assistir uma apresentação teatral do ponto de cultura A Bruxa tá solta, a história se passava em uma sala de espera de um posto de saúde, onde 4 personagens falavam sobre a situação da saúde, a questão da gravidez na adolescência, os idosos e as doenças. Foi divertido.
À noite estava marcado de fazermos um grande cortejo com os pontos e feito, os pontos de ciranda, festa junina, capoeira, teatro, se juntaram ao Tá na Rua e fizemos um cortejo pelos corredores de Humanas da UFRR, caminhamos até à frente do auditório e lá abrimos uma roda onde cada ponto fez uma pequena intervenção, certamente a melhor foi a da festa junina, onde o “puxador” convidou todos para participar, foi uma gostosa dança coletiva!!!
Nossa intervenção foi mínima, apenas abrimos a trouxa, o Santini falou um pouco sobre o TNR e a Caravana e conduzimos as pessoas para o interior do auditório para assistirem nova apresentação do grupo A Bruxa está solta.
O meu sentimento não havia fechado, senti que as pessoas queriam nos ver, podíamos ter ido mais além, mas a burocracia do evento não permitiu, na verdade não sei se é bem isso, me parecia que os grupos locais tinham uma grande necessidade de se mostrarem para cidade, aquela (a Caravana) era uma oportunidade de terem seus trabalhos vistos, neste sentido talvez a nossa função fosse simplesmente abrir a roda para eles, de qualquer forma achei estranho pois parecia que os artistas queriam nos ver, trocar conosco, mas os comandantes entenderam por bem que era mais importante afirmarem seu valor e espaço que certamente são merecidíssimos.
Após entrarem no auditório, o Pimpolho soltou a música vai passar, a Luciana começou a dançar com o Aldo, e eu não pude resistir, quando vi, eu e Luciana estávamos dançando por todo o pátio, com as bandeiras (Brasil e TNR), foi um momento maravilhoso, coloquei tudo para fora e ao final estava me sentindo muito bem!!!
No dia seguinte, antes de sairmos do hotel rumo ao aeroporto, fomos agraciados com presentes (um livro maravilhoso de fotos de Roraima e postais da cidade). Sem dúvida foi a melhor recepção da Caravana até agora.
Ana Cândida

Nenhum comentário: