segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Muito teatro, alegria e animação no Acre!!!!

19/08/2008 Dia de programação na Universidade, mas hoje é especial, temos uma oficina no caminho. Chegamos na universidade às 12:00 horas para realizar uma intervenção no RU (restaurante universitário). E lá fomos nós, o cortejo embalado pelo dia anterior caminhou até o RU e a roda se abriu, os estudantes se aproximaram desconfiados, primeiramente narramos a piada de Jesus, Judas e as drogas, foi divertido, o público reagiu bem, mas não sabíamos se estávamos agradando. Em seguida entrei narrando a piada do plano de saúde e os dois voluntários que fizeram os doentes tiveram uma ótima performance. Já íamos fechar nossa trouxa, sem saber ainda o público gostava do que via, quando anunciamos a despedida eles pediram mais uma, e assim foi feito, a Fernanda no centro da roda narrou a piada dos dois maconheiros presos, na qual o juiz concederá a liberdade se converterem pessoas a largar as drogas. Eu fiz a Juíza e me diverti horrores, o público era como um ponto, davam várias sugestões para minha narrativa. Os réus por fim explicaram o método utilizado, do desenho de dois círculos, só que o primeiro fazia a analogia com a cabeça com muito conhecimento sem as drogas e com pouco com as drogas e o segundo dizia que o desenho pequeno é o cú pequeno antes de entrar na cadeia, e o grande....!!! Foi muito engraçado, tínhamos contado esta piada uma única vez na UVV no ES, e não tinha funcionado tanto, até por isso não havíamos repetido. A verdade é que cada lugar é um lugar, e certamente o discurso do narrador vai melhorando com a prática!!! Logo em seguida seria a oficina, combinamos o horário entre 13:30 às 14:00 para começar, às 13:45, tinha chego uns 10 homens, cadê a mulherada de Rio Branco?!!! Começamos um papo e aos poucos as pessoas foram chegando, inclusive o coletivo feminino, iniciamos a oficina com uma 40 pessoas, os retardatários perguntavam: O que eu faço?! E dávamos a clássica resposta: Vista o que quiser e dance!!!! No dia anterior tínhamos buscado o melhor espaço para a oficina, e foi difícil, pois não havia um local amplo e plano, os gramados (que tinha muito mato) eram irregulares, e os espaços planos eram pequenos, escolhemos o maior local que tinha na beira do gramado, sabíamos que era pequeno, mas dependendo do número de pessoas tínhamos uma grande área de escape. As pessoas de cara foram se soltando mas o caos imperava, aos poucos fomos nos organizando e surgiram as primeiras duplas, trenzinho e o necessário e sempre bem vindo cortejo, que logo ganhou os gramados, em pouco tempo nossa roda estava aberta no gramado e uma cena linda aconteceu, um dos atores subiu em uma árvore que era o centro da roda e realizou uma dança cheia de acrobacias e vida, três garotas giravam em torno da árvore com tecidos coloridos, e nossa roda completava a celebração, foi mágico!!! Muitas foram as manifestações naquela tarde, para finalizar convidamos os atores a fazerem o Abre essas pernas junto conosco (a maioria tinha visto na praça), e foi maravilhoso, coletivo masculino e feminino fortes, botando pra quebrar!!! Abrimos então nossa roda de conversa, e logo no início uma das professoras de artes cênicas da universidade, disse que ficou muito emocionada com a oficina e com a ocupação que fizemos do espaço, que quando saímos em cortejo para o gramado, sem saber tínhamos ocupado e feito teatro no espaço em que será construído o prédio de artes cênicas que está a a três anos na planta e forças ocultas não querem o prédio. Eles estão lutando para firmar o curso de artes cênicas na Universidade. Acho que todos da roda deram sua opinião, disseram que nesse tipo de oficina se treina tudo, espaço, corpo, coletivo. Uns disseram que foram para lá achando que ia ser uma coisa chata, que iam ficar fazendo personagem e que se surpreenderam, que quando dissemos que era só dançar, a princípio não entenderam, mas que fazendo e conversando tudo ia clareando. Tinham atores de um grupo de rua que ficaram muito interessados no treinamento e no que falamos sobre a construção da nossa dramaturgia e do uso da narrativa, disseram que ainda fazem apresentações com diálogos, mas estão pesquisando a melhor forma. Outros disseram que é muito importante para Rio Branco e para a Ufac receber um grupo como o TNR, que seremos sempre bem vindo. (Tudo está sendo gravado e será material para a Memória do TNR). Como é bom fazer oficina, para os de fora e os de dentro da Caravana, é a segunda vez que fazemos e ela certamente nos renova!! A nossa programação do dia estava praticamente fechada, tínhamos o compromisso de fazer um cortejo e abrir uma roda para nossos queridos circenses se apresentarem. Era 18:30 horas e não sabíamos para onde encaminharíamos o nosso cortejo, a princípio iríamos para o RU mas ele estava vazio. Sabíamos que o auditório estava lotado (estava acontecendo debate sobre saúde, educação e cultura), certamente seria o melhor local, então nos encaminhamos para lá, quando fomos entrar no prédio as pessoas começaram a sair, acredito ter sido ótimo, pois eles saíam de um debate cabeça e se encontravam com artistas, nós cantávamos: Quem é você diga logo que eu quero saber.... Ocorre que estávamos no contra fluxo das pessoas e os corredores estreitos no impediam de abrir a roda, decidimos então seguir em cortejo para o RU. E foi inexplicavelmente perfeito, quando chegamos no RU e começamos a abrir uma roda, foram chegando muitas crianças (era um ponto de cultura de crianças que tocavam percussão, a maioria dos instrumentos eram feitos de coco), o circo estava pronta para receber os artistas. O Emerson o Xixi e a Floriana fizeram uma apresentação linda, e o Pimpolho colaborou muito bem, fizeram números de bola de contato, malabares, corrida de monociclo, tudo com muito teatro. As crianças foram ao delírio. O Pimpolho narrou o fechamento do espetáculo e abriu para as crianças se apresentarem, disse que agora nós éramos os espectadores. E aí foi demais ver umas 30 crianças tocando, cantando e até dançando, fizeram uma ciranda linda!!! Fim de um emocionante dia de trabalho e de uma estada maravilhosa e de muito crescimento em Rio Branco!!! Ana Cândida

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