domingo, 14 de setembro de 2008

Oficina maravilhosa!!!





9/09/2008
No dia 7/9 houve uma reunião geral da Caravana, na qual foi discutido principalmente a participação da cultura, ou seja, o Tá na Rua, o circo e a Floriana, falamos muito sobre o que estávamos sentindo (dificuldade em continuar fazendo uma programação regrada de cortejos e apresentações dentro da universidade) e propomos novas coisas, tais como a realização de oficinas com turmas principalmente de humanas e realização de espetáculos fora da universidade (na porta, ou em praça próxima), sentimos a necessidade de nos religar com o povo no sentido mais amplo. As idéias foram bem recebidas, no entanto nos foi exigida uma participação maior o dia de pré produção para podermos propor as coisas e fechar a agenda juntos.
Assim foi feito, no dia 8/9 partimos pela anhã para a UFMS, e no reconhecimento do espaço, como que por encanto encontramos a Aline (ela fez oficina – Só o teatro salva - com o Amir, na turma do Nando e da Geovana), ela nos disse que estava fazendo mestrado na universidade e que possuía uma turma de teatro que dava aula que tinha uns 10 alunos e que seria maravilhoso poderem fazer oficina com o Tá na Rua, acrescentou ainda que à noite havia uma outra turma, com uns 30 alunos, que ensaiavam naquele dia, para irmos conversar com a professora para juntarmos as turmas e fazer a oficina no dia seguinte.
No mesmo dia eu e o Pimpolho fomos na UFMS convidar a turma da noite para a oficina, chegando lá eles estavam reunidos em roda na sala do DCE se apresentando para o Guilherme, entramos e sentamos na roda, nos apresentamos também. Por último quem se apresentou foi a professora Dominique, que nos disse que tinha trabalhado a dez anos atrás com o Amir fazendo o Auto de Natal em Natal, que foi maravilhosa a experiência, disse que o Amir dirigiu umas 1000 pessoas, que era lindo e que a participação neste espetáculo foi muito importante para que seguisse com o teatro, falou sobre a cultura nordestina e a importância dos cortejos, disse que estava muito feliz de reencontrar o Tá na Rua, e que era muito importante seus alunos terem contato com a linguagem do Amir.
Eu e o Pimpolho falamos um pouco sobre o Tá na Rua, o porque de fazermos teatro de rua, a relação com o espaço e o público e o treinamento coletivo dos atores, propomos a realização da oficina no dia seguinte às 17 horas, sendo que logo em seguida fariam um cortejo conosco antes da nossa apresentação que seria às 19 horas. Todos adoraram e assim ficou combinado.
Na manhã do dia 9/08 fomos fazer nossa apresentação matinal, e muitos dos alunos já estavam lá, curiosos para saber um pouco o que era Tá na Rua. Fizemos um cortejo e eles nos acompanharam, depois abrimos uma roda e apresentamos a Regadeira, as Freirinhas e a piada do Plano de Saúde, foi muito bacana.
Às 17 horas conforme o combinado estavam todos lá, uns 40 alunos, mais a Aline e a Dominique. Estávamos com dúvida em relação ao espaço que faríamos a oficina, mas a chuva, nos forço a escolher um espaço coberto, que era o local onde estava acontecendo a reunião do CUCA. Assim que acabou a reunião, tiramos as cadeiras e espalhamos as roupas coloridas, os alunos ajudaram, o Pimpolho soltou o som e começamos a dançar, soltamos as pernas, fizemos ciranda, e mais ou menos na quarta música, momento em que caía uma tempestade, entrou a música Chover (ou Invocação para um dia Líquido) do Cordel do Fogo Encantado, foi tudo, começamos a dançar com os panos e a chuva chamando lá fora foi irresistível, saímos todos para a chuva e abrimos uma grande roda no estacionamento da UFMS, logo a chuva parou e seguimos com a oficina no espaço aberto, fizemos cortejos e dançamos músicas afro, com muitos tambores, New York, Grease (Nos tempos da brilhantina) na qual apareceu o coletivo masculino e feminino, até o Cada um no seu Quadrado (que foi todo mundo em um Quadrado!!!!), dentre outras. Neste momento conversando com o Pimpolho desistimos de fazer cortejo e apresentação e seguirmos com a Oficina e tentarmos introduzir a narrativa para fazermos todos juntos. E assim foi, entramos com o Abre essas Pernas, os homens liderados pelo Aldo e as mulheres pela Luciana, fizemos um grande encenação, eram umas 30 mulheres e uns 20 homens, foi maravilhoso. Depois ainda fizemos as portuguesas e depois encerramos com o Samba Enredo do Tá na Rua. As energias ainda não haviam acabado e então juntos fizemos um grande cortejo pelo estacionamento e corredores da Universidade, todos haviam aprendido o música do TNR (Ó nóis aqui traveiz), foi lindo ouvir todo mundo cantando.
Foi uma troca teatral de afeto, energia e saberes, incalculável, nós precisávamos muito disso. Eles amaram, depois vieram falar conosco, muito felizes, dizendo que precisavam disso para ter mais força para continuarem seus trabalhos, mexeu muito com eles, tiramos muitas fotos juntos, trocamos contatos, a Dominique disse que fariam de tudo para o Amir poder estar com eles um dia.
Infelizmente, por questões de produção e demais eventos que tinham para acontecer, a avaliação coletiva do trabalho pós oficina, o que não deixou meu pensamento incompleto foi fato de que agora partimos mas podemos deixar um pedaço de nós que foi materializado no livro e no DVD do TNR, creio que possa auxiliá-los na continuidade do conhecimento sobre o que é o TNR.
O afeto não se esgotava e alguns deles chegaram a ir até a porta do hotel à meia noite se despedir da gente.
Espero realmente poder voltar a Mato Grosso do Sul e rever todos os que participaram deste dia mágico!!! Muita merda, teatro e amor para vocês!!!!
Ana Cândida

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