quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Queremos Sol!






Queremos Sol
1º/09/08
Pela manhã fomos para a PUC-PR, não estávamos muito animados devido ao fracasso da apresentação na Casa do Estudante. Mas a Caravana segue e cada dia é um dia...
A tenda da Une desta vez foi montada em um local bem bacana, de grande passagem de pessoas. Fizemos um cortejo pelo Campus da Universidade e abrimos uma roda na qual contamos a piada de Jesus que solicita aos apóstolos que recolham as drogas do mundo e a já tradicional piada do coelho, os alunos formaram uma roda, alguns se sentaram à nossa volta e como na maioria das vezes foi bem divertido.
Resolvemos não fazer a apresentação do meio dia por conta de termos apresentado no sábado na Casa do Estudante, e os afetos não estarem muito sintonizados. Alguns voltaram para o Hotel e eu fiquei no debate sobre a Legalização da Drogas, foi muito interessante, este debate aconteceu no jardim da universidade, fizemos uma roda, alunos e um professor e a conversa fluiu muito, todos falavam e davam suas opiniões, eu não tenho uma opinião formada sobre isso, mas tudo o que escuto faz com que as idéias se ampliem na minha cabeça, a discussão é bem mais complexa do que eu imaginava. Falando sobre drogas, inevitavelmente discutimos o tráfico, as grandes empresas, a saúde, os problemas sociais, econômicos, etc. A legalização é só da maconha ou é de tudo?! Como foram as experiências em outros países?! As opiniões são muito diversas, mas o mais importante é a discussão, o debate, e fato é que não podemos ignorar que esse é um problema de saúde pública, não é possível ignorar o alto consumo de drogas pela população brasileira, e o fato de não ser legalizada impede a intervenção direta do estado, atualmente a intervenção é somente repressiva. O que fazer?!
Às 18:00 nos encontramos para combinar o que seria feito em seguida. Achava importante repetir a dramaturgia de São Paulo (Unip) que tinha sido ótima, até mesmo para conquistá-la, por outro lado tinha medo de repetir e dar tudo errado, inclusive porque pairava no ar que o que repetimos na Casa do Estudante não deu certo (tudo bem que ali as condições eram outras). Conversamos bastante e por fim saímos com o seguinte roteiro: Jogral de Nossa Senhora, Coração Materno, As Portuguesas e o Abre suas Pernas, costurando com o tema do amor materno e do homem e mulher.
Iniciamos fazendo oficina e a roda foi se formando, quando iniciamos a narrativa, no decorrer do Jogral as pessoas foram saindo, seguimos com o Coração materno, e o público que tinha visto o Jogral até o fim permaneceu, haviam poucas pessoas, o Santini quem estava narrado e ao passar a narração para o Aldo, decidiram entrar direto com o Abre suas pernas, essa música entre os jovens é batata, novamente o público se aproximou e conseguimos fechar o trabalho bem. Por fim o Pimpolho soltou o Carinhoso e cantamos todos abraçados com os alunos.
Até que fechou legal, mas sentimos que precisamos replaquear muitas coisas, rever nosso repertório. Diferente da rua, o público é extremamente homogêneo, são na maior parte universitários de classe média e alta, como dialogar com eles?! Como falar com eles de questões que lhes interessam?! Certamente sexo e drogas são temas muito forte, toda vez que se apresentam os jovens ficam bem interessados. E então, só devemos falar sobre isso?! Como falar sobre outras coisas?!
Sentimos a necessidade de nos alimentarmos fora dos portões das universidades e assim que possível queremos abrir nossa roda nas praças das cidades. O calendário está muito apertado aqui no Sul, sem contar no frio que não ajuda em nada. Queremos sol!!!
Ana Cândida

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