domingo, 31 de agosto de 2008

LIBERA O SENTIMENTO... finalizamos a região Sudeste.

29/08/08

Pra lá de 00:00 o ônibus parte da Rua Vergueiro- Paraíso, São Paulo rumo à Curitiba, o primeiro estado do Sul do Brasil. A Caravana da Cidadania finaliza a região Sudeste.

Começamos com a Cidade Maravilhosa, em modéstia parte somos um grupo de teatro Carioca, porém em nossa terra estávamos atarefados por demais, assustados talvez, até porque percorreremos o Brasil. Nesta partida alguns ficam, outros vão, ai o Mestre! Esse fica e não sabemos quando vamos vê-lo... no Rio de Janeiro, nossos trabalhos foram realizados com o grupo todo.

Partimos para Vitória. Somos sete. Seríamos oito, mas nosso mago Marcelo Bragança fica no Rio enfraquecido por problemas de saúde (mais tarde teremos notícias de melhora e até a possibilidade dele alcançar a Caravana, quem sabe).

Primeiro dia em Vitória, chega Herculano. Que bom! Bom só em Vitória, não consultaram o mestre. Ah essa calma e maturidade que tanto sonhamos em alcançar. Um dia conseguiremos ou alguns dias conseguiremos e outros não. O velho ficou puto. Nós éramos sete e mais dez pessoas na base que não conseguíamos enxergar. Medo, angústia, sentimento de perda e rejeição, porém com a dualidade da natureza conseguimos fazer um belíssimo trabalho em Minas Gerais, sobretudo no último dia, a mãe católica (PUC) nos acolheu bem. Com certeza o trabalho foi belíssimo muito mais pelas circunstâncias. Escrevi um texto especialmente de Minas Gerais e a PUC.
Em Minas mesmo já começávamos a ficar em paz com a base, UFA. Precisamos de vocês.

Partimos emocionados para Sampa, mmm alguma coisa já acontecia nos nossos corações. Quando o ônibus chegou ao centro de São Paulo a metade da equipe estava eufórica, chegavam em casa. Ficamos hospedados em um apart hotel de excelente qualidade, chegando no quarto já dava pra começar a sentir São Paulo. Ia descer pra jantar de short e havaianas, senti vergonha, a minha carioquice estava em crise. Tento descer para o quarto de alguns colegas. Tentativa frustrada. Neste hotel tínhamos que usar o cartão do quarto para andar no elevador, este cartão só permitia o acesso à portaria, ao seu próprio andar e à piscina. Medida de segurança da grande capital. A mente já estava começando a embaralhar, não tinha saído completamente de Minas...

São Paulo foi disperso em relação à equipe toda, a Usp foi estranha, mas é tão engraçado como quando as pessoas estão em situação limite têm mais disponibilidade para as relações e até para a felicidade, não tínhamos nada a perder, eis o coletivo que menos trabalhava junto no Rio de Janeiro, o temido coletivo. Estamos quebrando a nossa cara e construindo outras cada vez melhor, talvez. Tá tudo cara a cara, cada um bota suas cartas e perde algumas para o coleguinha heheh.

Trancos e barrancos na Usp, porém fechamos São Paulo com um espetáculo de rua (em frente a Unip) que foi simplesmente lindo. Estávamos cara a cara um com o outro: ator, sonoplasta,narrador e platéia. Descobríamos nossa dimensão quadrúpede, hehehe. Eis um Mp4, disse a Ana em reunião. Montamos um pouco antes de entrar, uma narrativa que falava de amor. Não sabemos porque, saímos do tema saúde pra falar de saúde. Saúde cardíaca, nossos corações estavam a mil.

A grande capital aplaudiu, reclamou, hostilizou e confortou. Finalizamos a região Sudeste.

Não sei se sobreviveremos ao Brasil,
À tanta felicidade,
À tanta angústia,
Solidão,
Amizade,
Realização,
Frustração.
São muitos sentimentos por este Brasil afora.
Não sei se sobreviveremos ao Amor...

Fernanda Paixão

3 comentários:

Unknown disse...

Lindo texto, resumiu tantos acontecimentos sem perder em nem um segundo a emoção!
Saúde e amor Tá Na Rua!

Henrique disse...

Não sei se sobreviveremos ao Amor...


Que lindo o que escreveste Fernanda...
Belo demais. To adorando ler tudo.

Vamos ter que conversar semanas em BsAs pra vc me contar tudo dessa caravana!

Unknown disse...

Sou suspeita em falar dessa guria, prima-amiga, mas nossa ligação sangüinea-afetiva só me proporciona maior embasamento para melhor "enxergá-la" e consequentemente, defini-la. É uma artista nata. Sensível em suas análises e precisa em suas colocações. O texto: "Libera o sentimento...", como não poderia deixar de ser, reflete, por si só a essência e alma da autora. Com carinho, da prima e amiga Maria Lúcia.