quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ANFITEATRO UFRJ

12/08/08


Depois de uma tarde fervorosa de trabalho o Tá Na Rua segue para o Anfiteatro.

Urca, Rio de Janeiro.

Espaço reconhecido, refletores, fios, som. Nossa trouxa aberta exibia nossas fantasias e apetrechos que foram cuidadosamente distribuídos pelo espaço. O anfiteatro se localiza dentro do prédio da faculdade ao ar livre, como um jardim interno. O seu chão brilhava. Há algum tempo não havia apresentações. Os refletores novíssimos, difíceis de ligar. Há tanto não eram usados.

Nós sentíamos o alívio dos Deuses. Uma Arena quase grega, em plena Zona Sul do Rio de Janeiro, o pão de açúcar seu vizinho. Pálida arena, cercada por muros que amordaçavam, sem ninguém sentir, a alma inquieta dos jovens da Escola de Direção Teatral e Comunicação Social habitada ali, junto Direito e Economia.

Fomos esquentando o local, nos esquentando e as pessoas chegando. Luz, câmeras, ação: o Tá Na Rua invade a Universidade Federal do Estado, antiga Nacional.

Arrumamos o espaço, algumas pessoas se encantavam pelo colorido contaminando o teatro e entravam, outras só passavam. Nosso narrador avisa que sairíamos em cortejo e logo voltaríamos. A platéia esperta esperou a gente voltar. Não sei se bom ou se ruim, talvez o caminho contrário seria mais jogo, poderíamos já ter chegado em cortejo. Certo ou errado, nem certo nem errado: Tá Na Rua e seu processo.

Seguimos em cortejo, a magia transgressora do teatro volta a se manifestar, os corredores silenciosos recebiam o bumbo, as vozes, a música.

"Bum, Bum, Bum, bate o tambor!
São século e milênios de teatro
Ao alcance de sues corações
É só colocar seu sentimentos
Em movimento, aliados à razão
E bumba, o teatro a se manifestar
Gigante adormecido que se reconhece
Quando surge a ocasião [...]"

As salas se abriram. Os guardas, sempre dorminhocos, com os olhos arregalado, saímos do prédio, estudantes no bar. Que delícia poder redescobrir uma arquitetura antiga, que Oduvaldo Vianna filho e seus contemporâneos fizeram o melhor do teatro, agora rotineira e ainda bela.

Chi, chi, chi, psiu!

Teatro, tudo bem, agora barulho não! Reclamava o professor.



TEATRO SEM BARULHO

Na rua, nós nunca vimos. Nos espaços abertos, nós nunca vimos. Espaço aberto, não convencional, nos corredores que percorremos em cortejo, itinerante, como não fazer barulho? Desconhecemos esta prática de comunicação e manifestação.
Como não era o caso de um cortejo fúnebre real, fomos autorizados a fazer a apresentação em trinta minutos.

Volta- se à Arena. Comemoramos com um minuto de barulho e confusão pelo palco e platéia. Nosso DJ das emoções baratas solta um Nino Rota. Trinta minutos de pura alegria, Saúde, Educação e Cultura: está aberta a Caravana!

Vamo que vamo...


Fernanda Paixão

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