quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Viva o Rio de Janeiro!

20/08/2008

Depois de viajar a noite toda chegamos em Belo Horizonte, o Santini reintegrou-se à equipe.
No dia 19/08 fomos no Campus da UFMG reconhecer o espaço. Vimos um espaço ótimo, uma arena com uma lona de circo, um lugar lindo, todo o evento inclusive os debates poderiam ser ali, poderiam, porque por desentendimentos políticos da UNE com o DCE não foi possível o uso conjunto do espaço, já que no local estavam acontecendo palestras organizadas pelo DCE.
Paciência, tivemos que buscar outros espaços...
No dia 20/08 fomos às 10:00 horas para a UFMG e às 11:00 horas fizemos um cortejo e uma intervenção (só com tambor) em um dos Campus, as piadas narradas funcionaram, já a apresentação dos atores foi difícil...
À noite, por volta de 18:30 íamos fazer uma apresentação no Campus da Fafich, onde ia acontecer o debate noturno. Ocorreu que o debate foi transferido para o Campus de Educação, então fizemos o seguinte, já que estávamos no Campus da Fafich, e que enquanto preparávamos nosso material já haviam se incorporado ao nosso grupo 3 estudantes que se fantasiaram e queriam cortejar conosco, resolvemos cortejar pelo Campus antes de ir para o local do debate. E foi muito bacana, andamos pelos corredores da Universidade, cantando e tocando, abrimos uma roda na lanchonete e um aluno que lá estava foi ao centro da roda para nos explicar como deveríamos fazer para chegar no Campus de Educação, foi divertido, replicamos o que ele falava e produzimos imagens do que ele narrava. Convocamos as pessoas para o debate e seguimos com o cortejo para o outro Campus.
Noite escura, caminho longo, seguíamos cantando e cortejando pelos Campus da UFMG, e nesta caminhada mais 2 alunos se fantasiaram e seguiram conosco até o Campus de Educação, lá abrimos um roda, apresentamos alguns atores e alunos e convocamos as pessoas para o debate. O momento mais gostoso foi quando o Herculano deu umas flores de plástico para uma moça que assistia nossa intervenção, me parecia que ela era especial, me perguntou da onde éramos, e depois ficou repetindo Viva o Rio de Janeiro, foi ao centro da roda e nos agradeceu....Foi sem dúvida o momento mais vivo do dia!!!
No ônibus conversamos com a Floriana (artista plástica que acompanha a Caravana) e com a Mel (jornalista) e resolvemos que temos que fazer uma reunião com todos para avaliar o que fizemos até agora e como as coisas podem melhorar. Questionamos muito a forma como são conduzidos os debates nos auditórios, a Floriana, o Circo e do Tá Na Rua mobilizam pessoas nos espaços “alternativos” (pátio, lanchonete, corredores, salão de jogos, ...) mas não se consegue levar estas pessoas para os espaços fechados dos auditórios. Por quê?! Necessitamos questionar os modelos. Não seria o caso de fazer os debates em outros espaços?! Qual a melhor maneira de dialogarmos com os jovens se é realmente isso que se pretende...
Creio também que o diálogo com os jovens do Sudeste seja mais difícil, a competitividade aqui é maior e as pessoas parecem menos disponíveis para o diálogo, realmente espero que ao longo da Caravana encontremos locais mais esperançosos...
Uma professora deu um depoimento no debate de ontem falando que no seu tempo os jovens tinham um sonho coletivo e isso os movia para os debates das questões do país, pós ditadura, os ideais foram se modificando, e ela verifica nas turmas em que leciona que os interesses dos jovens são muito individuais, o que dificulta o interesse pelas questões coletivas.
E questão é muito complexa pois o comportamento do jovem na universidade reflete o comportamento de toda uma sociedade, e às vezes olhando tudo como está da uma sensação de impotência grande, por onde começar?! Certamente não vamos salvar o mundo com uma Caravana, e nem é essa a pretensão. Mas o que podemos fazer para que esta Caravana coloque as coisas em movimento, abra portas, aponte possibilidades: tudo é assim mas pode ser diferente!
Nós seguimos tocando nosso tambor, para que a escola carioca do espetáculo continue possibilitando: Vivas!

Ana Cândida

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