quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Duas Faxineiras...


22/08/2008
A ida ontem no Galpão nos deixou mais felizes e o dia de hoje, a contar do que observamos na PUC no dia anterior, seria bem bacana.
Depois das dificuldades na UFMG, esperava que na PUC-MG as coisas fossem melhores e de fato foram!!!!
Às 8:40 fizemos uma intervenção na cantina do prédio Rainha da Sucata, abrimos com a apresentação do Herculano como uma pessoa doente que precisava de assistência médica, e por fim para que se salva-se necessitava que alguém lhe aplicasse uma injeção, como nós não sabíamos fazer isso e haviam muitos alunos de enfermagem no local, acabou que um dos alunos se propôs a acabar com o sofrimento do nosso companheiro, então, com a mega injeção bem aplicada na bunda, o nosso amigo Herculano foi salvo!!!! Após, exibimos o pirocão e fizemos uma enquete para saber o que era aquilo, diversos palpites (palito de fósforo, foguete, míssil, bala de revólver, um dedo coma unha pintada, batom, ob usado, etc), para elucidar a questão eu contei a piada do plano de saúde, dois alunos entraram para fazer os doentes, e uma aluna entrou para fazer a enfermeira gostosa, fato é que corria tudo bem, quando disse que a enfermeira fazia o boquete no paciente 2, a aluno fez a cena muito bem, mas uns três alunos começaram a gritar que aquilo era ruim, como se fosse imoral, pedimos para que ela repetisse a cena, e os três alunos gritavam mais ainda.
Na hora não soubemos lidar direito com aquilo, depois conversando, achamos que o fato de fazer a aluna repetir a cena foi muita exposição e a deixou pouco à vontade, assim entendemos que é melhor que uma de nós façamos a enfermeira, isso vai permitir que brinquemos mais além de dar distância para o melhor desenrolar da história. De qualquer forma, só na prática é que podemos constatar isso, e avaliando é que podemos melhorar, cada público se manifesta de forma diferente e acho que o mais importante foi que levantamos discussão e fizemos com que as pessoas se manifestassem.
Saímos em cortejo da lanchonete e antes de encerrar, resolvemos fazer uma parada na fila da vacinação de rubéola, o que tinha sido super bem vindo na Estácio – RJ, foi mal recebido pelas enfermeiras, que não queriam que fizéssemos barulho e não entediam o que queríamos. Na fila novamente dizíamos que o Herculano estava muito doente e precisava de ajuda médica, as enfermeiras obviamente se negavam a tocar no Herculano, pedimos para darem a vacina, e alegaram que ele estava sujo, foi uma sensação de mal estar, e então já que ninguém queria atendê-lo (ele já estava estrebuchando no chão), acontece o fim trágico, o personagem morre por falta de atendimento médico, colocamos um pano preto sobre o cadáver e saímos fazendo um cortejo fúnebre, andamos uns 40 metros e paramos para velar o morto, colocamos a bandeira do Brasil sobre o cadáver e o Santini fez um discurso sobre a situação da saúde no país. As enfermeiras e as pessoas que estavam na fila tomando vacina olhavam aquilo sem entender, ou melhor, entendendo tudo, foi um momento muito bacana, acho que é por aí o caminho...
Ao meio dia fizemos um grande cortejo pelo triangulo das cantinas, formado por 4 cantinas.
À noite combinamos de fazer um espetáculo com a estrutura de som, que até então não tínhamos usado. A van atrasou muito para sair do Hotel, e quando chegamos na PUC (19 horas) já havia passado nosso horário para apresentação. Ainda tinha na programação debate, apresentação das Meninas de Sinhá e do cantor Maurício Tizunga.
Mas nós tínhamos que fazer, no almoço tivemos uma discussão acalorada e precisávamos resolver aquilo no teatro. Nos deram 40 minutos e lá fomos...
Fizemos a apresentação na arena de um circo, brincamos com algumas músicas e depois fomos para a apresentação de atores, da qual surgiram alguns números, o Aldo foi apresentado como um bêbado e para entender como ele chegou naquele estado fizemos o Ébrio (Vicente Celestino), depois fui apresentada como uma mulher que viajou o mundo fazendo teatro até que chegou em Portugal e apaixonou-se pelo Fado, fizemos então a Portuguesa.
Ambientados na PUC, resolvemos fechar com o Jogral de Nossa Senhora, pela manhã jogamos com o profano e à noite fechamos com o sagrado, foi muito divertido, o público aplaudiu muito, neste momento a arena já estava bem cheia, o público foi se chegando no decorrer do espetáculo... finalizado o espetáculo iniciou-se com casa cheia, o debate sobre educação, cultura e saúde, acho que foi um dos melhores...
Em seguida ao debate teve a apresentação das Meninas de Sinhá, e foi aí que vi a cena mais linda do dia, as senhoras, todas com cerca de 60 a 70 anos, tocando e cantando músicas que contavam histórias do povo africano, os estudantes aos poucos foram tomando todo espaço da arena do circo e, dançando, fizeram uma grande roda, neste momento observei duas faxineiras da PUC, que haviam chegado no local atraídas pela música, dançavam muito, uma delas (amiga 1) parecia estar muito preocupada em ser flagrada por um superior e queria convencer a outra (amiga 2) a ir embora, mas mesmo querendo ir você notava que ela queria ficar. A amiga 2 não queria nem saber, queria era dançar. Quando parecia que a amiga 1 convenceria a amiga 2 a ir embora, esta pegou na mão de um dos universitários e caiu pra dentro da roda, a amiga 1 ficou temerosa e procurava a outra para irem embora. Ocorre que quando a amiga 1 localizou a 2 uma universitária pegou-lhe também pelas mãos, e assim, as duas faxineiras estavam na roda, era tão bonito ver como elas se divertiam, que magia e força tem a música...aquele prazer durou poucos minutos, pois logo tiveram que voltar a seus afazeres, mas certamente elas saíram de lá melhores do que entraram...só a cultura salva!!!...
Ana Cândida

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