terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um pavão na Universidade Católica de Recife...





28/10/2008
Recife – PE nos recebeu com muito sol, o hotel de nome Aconchego nos confortou muito, à medida que passa as relações e tesões dentro da Caravana se estreitam, qualquer coisa é motivo de desentendimento entre as pessoas, é muito tempo convivendo juntos o que certamente desgasta as relações e nos obriga a repactuar uma série de coisas para que possamos caminhar coletivamente da melhor maneira possível. Falo isso não só em relação ao Tá na Rua, nós na medida do possível estamos nos afinando,mas em relação à todos da Caravana.
A logística da Caravana foi muito bem pensada o Nordeste por último!! Certamente a alegria deste povo e as belezas naturais desta terra nos renovam e harmonizam.
Toda a nossa atividade realizada na UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco) aconteceu em uma rua que corta a Universidade por dentro, nela não transita carros, ela é cheia de barraquinhas de comidas onde os alunos normalmente fazem suas refeições. O fluxo de pessoas é muito intenso durante todo o dia. A Barraca da Une foi montada nesta rua.
Pela manhã fizemos um cortejo ao longo da rua e abrimos uma roda no portão de acesso à Universidade contamos a regadeira e seguimos em cortejo pelo jardim até a escada de acesso ao auditório no qual aconteceu um debate sobre Legalização do Aborto. Saliento que o Jardim era lindo, muito bem tratado, e curiosamente tinha um pavão e uma pavoa que vivem soltos dentro da Universidade, uns disseram que eram o simbolo da virtuose da ostentação, mas a verdade é que fiquei maravilhada com a beleza estonteante do animal e da maneira como ele caminhava por entre o jardim da universidade, dava uma vida e um colorido todo especial ao lugar. Não sei se ecologicamente é bom para o bicho mas que é bonito é!!
Entre uma apresentação e outra recebemos a notícia que o reitor não estava querendo liberar o teste rápido de HIV na Universidade, o moralismo da igreja católica é difícil de aceitar, não dá pra fingir que os jovens não enfrentam problemas (gravidez na adolescência, uso de drogas, doenças sexuais, prostituição...). Mudamos nosso roteiro e ao meio dia apresentamos o Campônio, as Portuguesas e o Abre essas Pernas, a narrativa costurou as cenas dizendo que não tem certo nem errado, quem disse que a monogamia é a melhor coisa, que a mulher ou o homem tem que viver feliz para sempre com seu cônjuge, falamos também da compra do amor, como nos submetemos ao dinheiro, a novela das oito nos mostra que isso tem suas vantagem, as prostitutas vivem tão bem e felizes que se tem a impressão de o melhor negócio para uma mulher é casar com um homem rico. Não dissemos que isso ou aquilo é o certo, as pessoas é que devem fazer seus juízos de valores.
A roda estava muito cheia de gente foi ótimo, encerramos com o Carinhoso.
À noite rolou uma apresentação de um grupo de forró e as pessoas dançavam na rua era muito gostoso, quando acabou o show o Tá na Rua entrou, apresentamos o Inferno Nacional, o Pimpolho teve que ficar no som e então eu narrei, desta vez foi bem melhor que em Campina Grande, estava mais calma, as músicas entraram bem. O Aldo fez um diabo muito legal. E um popular entrou junto com o Herculano no final e fez o personagem da fila. A roda ficou enorme, muita gente assistindo, as pessoas acompanharam a narrativa do início ao fim.
Fiquei muito satisfeita e quando encerramos uma mulher agradeceu a cada um de nós, falou que no Brasil tem muito homem igual ao cidadão da nossa história. Que fizemos tudo com muito humor, que devia ter mais. O Herculano comprou uma cerveja pela metade do preço pois o cara que vendia viu o espetáculo e por isso fez o desconto.
Cometemos como sempre muitos erros de entrada e perdemos a oportunidade de ajudar a cena, mas sempre falamos tanto de defeito, acaba um espetáculo e começamos sempre a falar do que deu errado. Me lembro sempre do Black que dizia: mas o que de bom aconteceu, não é possível que não tenha um momento que não tenha sido bom para você?!! Pois é para mim tiveram vários momentos bons e desse dia quero ficar com eles sem ter que ficar discutindo muito o que deu errado, deixa isso para uma próxima...
Valeu UNICAP!!!
Ana Cândida

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