domingo, 23 de novembro de 2008

O MISTÉRIO DO AMOR É MUITO MAIOR QUE O MISTÉRIO DA MORTE

Goiânia - GO
21 de novembro de 2008

Depois de tanto tempo, tantas barreiras, chegamos em Goiânia.

Ainda não o ÚLTIMO estado, mas o PENÚLTIMO.

Por causa das tais barreiras, Pimpolho das kandongas se encontrava no Rio de Janeiro, Ana Cândida por compromissos de força maior partiu para o Rio de Janeiro, Alexandre Santinni só irá nos encontrar no gran finale em Brasília, vindo do Rio de Janeiro e Francisco Couto estava sendo atendido pelo SUS em Goiânia, ou seja, impossibilitado de sair de qualquer fila durante toda a tarde…

Na atividade de Goiânia trabalhamos: Aldo Perrota, Fernanda Paixão, Herculano Dias e Juliana Alves de Souza.

Nossa companheira Ana Cândida nos acompanhou até a hora do reconhecimento do espaço, depois partiu deixando apenas UM LINDO CELULAR, esquecido no banheiro de seu amante Aldo Perrota (o galã mais procurado do Brasil, segundo ele mesmo).

No reconhecimento, os produtores da Caravana descobriram que iria ter vestibular na segunda- feira, dia de nossa atividade (por conta de atraso da Caravana chegamos em Goiânia no dia errado, ou certo? Vai saber…). Nossos produtores deixaram de lado o programado e resolveram fazer a atividade na sexta-feira mesmo.

O Tá Na Rua se apresentou no fim da tarde. A apresentação foi mágica, o pôr do sol nos recebeu…

Combinamos de fazer poucas coisas, mas o tema era o AMOR.

Esse sentimento anda sendo nosso companheiro fiel nesta Caravana. Acho que ou entramos em contato com ele ou morremos, em um projeto desse essa é a única saída…
A galera da caravana estava com uma trilha musical arretada e o Tá Na Rua não perdeu tempo. O espetáculo começou com os Ogans divinos encorpados na produção. EVOÉ.

O Manuel produtor começou a se vestir, eu e Ju fomos ajudando e ele foi aceitando, pedindo mais e a gente foi cambonando. Quando vimos estava um lindo Palhação, com uma buzina na mão… era o CHACRINHA!

Pronto, o circo estava armado. Atores aquecidos, produtor enfeitiçado. Chiquinha Gonzaga abre alas, Rosa de ouro é quem vai ganhar. Trouxa, atores e convidado dançam em circulo iniciando uma nova fase do ritual, do circulo abrimos as alas para cortejo e bandeiras. FELLINI chega para baixar a alta tensão e abrirmos a trouxa calmamente.

Nosso narrador inicia a história de um Amor Materno, Vicente Celestino canta a mais terrível história de amor e morte.

Eu fiz a mulher do Campônio pela segunda vez. A primeira mulher que se manifestou em mim, foi uma menina faceira, nem era mulher. Foi bonito, mas o chico comentou sobre a mulher que se manifestava em LUCY MAFRA quando tocava esta música, era uma MULHER sarcástica, fatal.

Eu acredito que as duas possibilidades são interessantes, a Ana também faz mais menina, mas quando vi, neste dia, a flor branca que enfeitava o chapéu de palha estava sendo substiuída por uma vermelha, o sutiã vermelho que vestia por baixo de uma blusa branca exalava paixão de mulher.

Durante a cena estava tudo diferente, eu estava diferente. Na hora que a amada dizia a brincar que o Campônio trouxesse o coração da Mãe, avistei um lindo pano vermelho que se enrolou imediatamente no pescoço do Campônio, desesperado ele tira o pano do pescoço e me entrega e eu rio a receber aquele coração forjado, porém, não satisfeito, o homem sai correndo até a choupana atrás da maezinha.

Inicia –se a tragédia.

A mãe morta. O coração caído, o homem derrotado, mesmo assim uma voz ecoou, era a maezinha e sua acolheita incondicional. Nesta hora eu eu entrei de Santa, mas não fiquei satisfeita. Entrei tímida, o sentimento da mulher veio forte dentro de mim naquela hora, acho que a minha vontade era estar com um pano preto caída no chão diante daquele acolhimento. Uma mistura de arrependimento com o fracasso.

O MISTÉRIO DO AMOR É MUITO MAIOR DO QUE O MISTÉRIO DA MORTE.
Já dizia Salomé.

Herculano estava mais poético que nunca.

Logo depois entra Gold Jazz trazendo o amor brincalhão, nosso galã Aldo Perrota se despe! E veste um justo vestidinho , as mulheres vão a loucura…

Inicia-se um clamor masculino às mulheres: abre essas pernas pra mim baby!

Segue com o circo, depois do circo entra Carinhoso costurando e recosturando algumas coisas perdidas.

Fechamos a trouxa ao som da trilha de Amacord.

Fernanda Paixão

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