domingo, 26 de outubro de 2008

Oficina, Cortejos e Espetáculos em João Pessoa...





21/10/2008
Saímos de Natal renovados rumo a Paraíba, João Pessoa, a viagem foi rápida e logo estávamos no hotel, no dia seguinte um domingo de sol curtimos a praia e descansamos para começar a semana com força total.
Segunda-feira, dia de pré-produção, cedo fui levar as roupas para lavar (estavam em péssimo estado!!!), às 10:00 horas fomos para a Universidade, olhamos os espaços, nos informamos que havia curso de artes cênicas, e conseguimos falar com o coordenador, o adorável professor Everaldo, que nos recebeu com muita alegria, nos mostrou as salas e teatro (uma semi arena) que usavam para trabalhar, estávamos dentro do teatro e, quando abrimos a porta, vimos que havia uma pequena praça, este seria o lugar para a oficina. O professor marcou conosco de fazermos o convite pessoalmente aos alunos (o curso era no período da tarde), assim, eu e o Pimpolho (os outros ficaram no hotel adereçando as roupas que foram lavadas) fomos no fim da tarde na Universidade, e na sala Lampião (de teatro de bonecos) convidamos os alunos para o Cortejo que faríamos pela manhã e para a oficina que seria no horário das 15 às 17:30 horas.
O Professor Everaldo falou que eles possuem uma cópia do vídeo em que o Amir fala sobre a história do teatro (aquele que ele está chupando um picolé!!!), que é maravilhoso!!
Na terça-feira cedo estávamos na Universidade, dois alunos apareceram para fazer o cortejo conosco, um deles de perna de pau. Quando chegamos na Praça da Alegria, o pessoal do PSTU ia ligar o som para começar a perturbar, mas quando abrimos nossa roda eles pararam, e pudemos fazer nossa apresentação, narramos As aparências enganam, e o aluno que estava de perna de pau fez a girafa, foi ótimo. Encerramos e seguimos em cortejo para outra praça da Universidade, soubemos que haviam crianças de um projeto cultural escolar nos aguardando, chegando lá abrimos uma roda e elas se apresentaram, timidamente contaram a história do teatro, foi bonitinho, depois um rapaz com o rosto pintado de branco foi ao centro da roda e falou um texto de Chaplin. Todos seguiram conosco num cortejo novamente até a praça da Alegria onde encerramos a atividade da manhã.
À tarde conforme o combinado fomos para a Oficina, muitos universitários (50) nos esperavam e mais umas 10 crianças que fizeram a intervenção conosco pela manhã, os professores também estavam lá. Conversamos rapidamente, a música começou, todos distribuíram o material, e em poucos instantes todos dançavam, no começo foi bem difícil, eles ficavam dançando em pequenas rodinhas (cada um com seu grupo de amigos), mas aos poucos fomos organizando o mundo e as coisas começaram a acontecer coletivamente, muitos cortejos foram feitos, saímos da praça e percorremos as ruas, os professores caíram dentro, os homens fizeram uma grande performance em Macho Man, uma das alunas puxou um cortejo de Xuxa, fizemos grandes rodas, dançamos quadrilha, Cada um no Seu Quadrado, falamos sobre as narrativas musicais, fizemos Eu sonhei que tu estavas tão linda, Abre essas pernas (todos juntos), as mulheres pediram revanche e fizemos a 2ª Portuguesa. Encerramos com Emoções e após beber muita água, abrimos nossa roda de avaliação.
A conversa foi maravilhosa, muitas foram as observações: disseram que não imaginavam uma oficina assim, que normalmente tem técnicas e tudo é determinado, que ali estavam livres, que aos poucos foram percebendo e entendendo a proposta, a importância do jogo coletivo, que lembrávamos os brincantes, manifestações populares, falaram sobre como foi boa a participação das crianças de fora da universidade e estar junto com as outras turmas de artes cênicas.
Nos contaram a tradição popular da Laursa, no período do carnaval algumas pessoas se vestem de urso e fazem cortejos na rua, quem não dá dinheiro eles cantam uma música que chama as pessoas de pão duras (não me lembo os termos), que as crianças geralmente tem medo da Laursa. Atualmente a manifestação tem diminuído, com o aumento de pedintes a figura vêm perdendo força, e as crianças de rua se vestem de urso para pedir dinheiro.
À noite já caia, podíamos continuar o papo que iria longe, mas o local ficava escuro e ainda tínhamos uma apresentação para fazer. Grande parte dos alunos foram conosco para a praça da Alegria (local onde nos apresentaríamos), e lá o Pimpolho narrou o Inferno Nacional, depois passamos a bola para o Circo Piollin, que já estava com toda a sua estrutura montada, os alunos se apresentaram em números de malabares, acrobacia aérea e de solo, além é claro do palhaço.
Entregamos o Kit do Tá na Rua para a Coordenação do Curso de Artes Cênicas e para o Circo Piollin, certamente será muito bem aproveitado!!!
Foi um dia e tanto, muito trabalho, e muitas recompensas, cada vez que fazemos a oficina e vemos o que ela pode gerar, despertar e transformar é muita alegria, quando as pessoas comentam suas sensações acredito que estamos no caminho certo. A troca é sempre engrandecedora.
Neste dia as duas apresentações que fizemos estavam cheias de público e foi muito legal como sempre, às vezes tem poucas pessoas e parece que vai dar um desanimo só, mas a verdade é que para mim, quando uma pessoa sorri, faz um aceno, sinto que a passagem do Tá na Rua por aquele lugar já não foi em vão...
Tomara que tenhamos ainda muitos dias como este nesta Caravana.
Obrigada UFPB e João Pessoa!!!
Ana Cândida

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