sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Felipe Camarão colore mais ainda a cidade de Natal...

17/10/2008 Chegamos no Rio Grande do Norte, Natal, na quarta-feira (15/10) no fim da tarde, o hotel era na linda praia de Ponta Negra, não resistimos e fomos quase todos dar um mergulho no mar pra lavar a alma!!! No dia seguinte fomos para a universidade fazer a pré-produção, reconhecer o espaço e ver os possíveis contatos, de primeira fomos conversar com a Tropa Trupe que ocupa uma tenda de circo montada na universidade, foi muito bacana o papo, eles combinaram de fazer oficina no dia seguinte com os circenses da Caravana e participar conosco de um Cortejo. Ficou acertado com o pessoal do Pau e Lata para também acompanharem o cortejo. Telefonamos para a Vera Santana e acertamos de fazer uma vivência pela manhã do dia seguinte no Ponto de Cultura Conexão Felipe Camarão, foi difícil negociar com a Une para irmos para lá, eles ainda não conseguem entender que uma atividade na comunidade tem certamente mais valor para eles do que a própria intervenção na universidade. A imagem da Une está tão desgastada, e, somada ao desinteresse dos alunos em discutir questões coletivas, faz-se necessário realizar o caminho inverso, devem atuar primeiro nas comunidades para depois retornar à Universidade, a sociedade me parece ter maior interesse em discutir as questões do mundo do que os universitários, claro que não se pode generalizar, inclusive muitos estudantes tem idéias maravilhosas, mas a questão e dispor das mesmas em favor da coletividade. Pois bem, acordamos no dia 17, e a Une queria que fossemos fazer uma intervenção na Universidade antes de irmos para o Ponto, pois a imprensa estaria lá. Como a van atrasou acabamos conversando com a Lúcia (presidente da Une) que nos liberou para irmos para Felipe Camarão, chegamos lá e fomos maravilhosamente recebidos pela Vera e as crianças e quando vimos já estávamos vestidos com os trapos coloridos da fantasia dançando com muitos, enquanto outros davam o tom e o ritmo com seus instrumentos. Assistimos a apresentação dos jovens tocando rabecas e ouvimos duas músicas de composição deles mesmos, fiquei muito emocionada, era tão lindo, fiquei imaginando que o futuro que eu quero para o meu país só quem pode dar são essas crianças, não é politicagem e nem nenhum candidato, só a cultura salva! Assistimos a uma apresentação de mamulengos e do reisado, as crianças estavam lindamente vestidas (descobri de onde vem a linda roupa do Amir). E quando a celebração parecia ter chegado ao auge, ainda saímos num grande cortejo pelas ruas do Bairro, dançando ao ritmo dos tambores, entramos por uma estreita rua, que ia se iluminando com o avançar do cortejo, as pessoas iam saindo de suas casas e nos saudando, foi mágico. Terminamos o cortejo em frente ao terreiro onde as crianças ensaiam o reisado. O horário estava apertado, se dependesse de nos passaríamos o dia todo ali...Nos despedimos das crianças...Amanda (“filha da Maria Helena”) mandou um enorme beijo e disse que está com saudades da “mãe”. Vera disse que ficou muito feliz de ver Amir vestido com a roupa que lhe deram, na inauguração do espaço cultural Tom Jobim. Várias homenagens foram feitas ao Tá na Rua e ao Amir, tem até uma foto do Amir pregada na parede. Temos que voltar lá com tempo de sobra!!! Saímos voando para a Universidade, chegando lá fomos para o RU (restaurante universitário) fazer nosso mini cortejo e anunciar a programação noturna. Às 18:00 horas conforme combinado nos concentramos no Centro de Convivência e junto com o Pau e Lata saímos cortejando pela Universidade (o pessoal do circo não apareceu), um casal fez conosco (disseram que já haviam feito oficina com o Amir em Natal), foi muito legal, chegamos no setor 2 e lá abrimos uma roda, o Santini fez a apresentação de alguns atores, para mim foi um dia especial, quando ele apresentou o Herculano, contando uma história de que ele tinha partido de Mossoró para viver no Rio de Janeiro e lá arrumado uma esposa, eu entrei para fazer a esposa, e consegui falar muita coisa, não me prendi só aos dados que o Santini me dava, comecei a colocar a minha opinião e o público feminino me ajudava enquanto que o masculino torcia para que o personagem do Herculano me deixasse e seguisse para a Caravana. O Aldo foi apresentado como galã e uma menina que estava assistindo entrou para beijá-lo, foi divertido. Narramos ainda a Regadeira e o Inferno Nacional, que eu narrei, foi bem melhor do que da primeira vez, eu estava mais calma, consegui jogar com o Santini (que fez o cidadão morto) e com o Herculano (que fez o diabo). O Pimpolho ajudou muito no som, as músicas entraram muito bem, aquele toque que o Amir deu de que quando tem som mecânico temos que usá-lo, é verdade, a narrativa foi enriquecida pelas músicas. Ao final dançamos juntos com o pessoal do Pau e Lata e fomos satisfeitos para o hotel, pelo grande dia de trabalho!!! Não posso deixar de dizer que Natal foi a cidade mais linda que passei até agora, a natureza, as praias, as dunas, o astral das pessoas, a tranquilidade, e Felipe Camarão, serão inesquecíveis!!! Ana Cândida

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