segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Encontro com Amir em Macapá!!!





30/09/08
Finalmente neste estado nos encontramos com o Amir, Amapá, capital Macapá, a ansiedade de todos era grande, nada podia dar errado, queríamos que ele ficasse bem acomodado e que a apresentação fosse a altura do que ele esperasse.
Muitos problemas como sempre, mas fomos superando, primeiro não seria viável hospedar o Amir no hotel que estávamos, chegamos no dia 28 de madrugada e o Amir chegaria à tarde. Conseguimos com a produção trocá-lo de hotel (Macapá Hotel) para que ficasse mais confortável, o quarto de frente para o Rio Amazonas era aconchegante e a varanda seria nosso local de conversas e avaliações.
O Santini foi buscá-lo no aeroporto e todos nós fomos o aguardar na porta do hotel, já fazia quase dois meses que não nos víamos e os abraços e beijos aqueceram o reencontro. Conversamos bastante e na hora de irmos verificamos que o almoço havia se encerrado no hotel do Amir, então fui a procura de comida, levei uma lasanha ao pirarucu, e ele disse que estava ótima!!!Combinamos de buscá-lo mais tarde para um jantar no Trapiche com o ex governador Capiberibe (grande amigo do Amir).
Fomos para o Trapiche para reservar as mesas, quando chegamos lá o restaurante estava fechado, por sorte o filho da proprietária estava de carro em frente e conseguimos falar com ele, a Dona Lady (cozinheira e neta do dono) que fez o auto de Natal com o Amir também estava no carro, quando falamos que o Amir queria jantar lá com o Capiberibe na hora Dona Lady se prontificou a exclusivamente abrir o restaurante naquele dia e cozinhar o prato favorito do Amir. Tudo certo, à noite foi uma delícia, o peixe filhote recheado com queijo e camarão foi saboreado e elogiado por todos (o meu era só com queijo pois sou alérgica a camarão!!!). A conversa com o Capiberibe foi muito esclarecedora, ele falou muito sobre Macapá, as questões indígenas, das matas...
Dia 29, pré-produção e reconhecimento dos espaços, fomos cedo para a Universidade, e combinamos algumas coisas para a apresentação que faríamos na noite seguinte no Lugar Bonito, ao lado da Fortaleza. Eu e a Ju fomos acompanhar o Amir no almoço para colocá-lo à par das atividades enquanto as outras pessoas foram produzir (fogos, figurino, textos...). Combinei o roteiro com o Amir e disse que ele entraria para narrar o fim do espetáculo falando sobre a Esperança e então faríamos a música O Bêbado e a Equilibrista. No fim da tarde nos encontramos todos no hotel do Amir, mostramos fotos e filmes da nossa atuação na Caravana, e o pessoal do documentário gravou o depoimento dele. Enquanto conversávamos algumas pessoas, que já trabalharam com o Amir em Macapá vieram falar com ele, e se comprometeram a irem na apresentação e contactar os artistas da cidade.
À noite o Amir foi conosco reconhecer o espaço no Lugar Bonito no qual faríamos o espetáculo, haviam diversas possibilidades mas dependíamos muito de que houvesse iluminação para ocupação principalmente do espaço que escolhemos (um grande circulo baixo e gramado na praça). O visual do lugar era maravilhoso com a Fortaleza ao fundo, não é à toa que a população denominou o local de Bonito!!!
No dia seguinte fomos fazer a atividade na universidade, fizemos um grande cortejo pelos corredores, a foi a primeira vez que a convite dos alunos e de um simpático professor de literatura entramos em uma sala de aula, cantamos e dançamos acompanhados dos alunos, foi uma delícia. Na hora do almoço fizemos uma pequena intervenção na lanchonete convidando as pessoas para as atividades noturnas no Lugar Bonito e na praça do Artesão (depois da nossa apresentação haveria show do grupo Senzala na outra praça).
A hora do espetáculo aproximava-se, as coisas iam se acertando, a iluminação foi conseguida, o som demorou a chegar (o som da Caravana tinha sido despachado pois o pessoal da cidade disse que tinha o equipamento, mas na hora não foi bem assim, e tivemos que fazer o espetáculo com um som não muito bom) mas deu tudo certo, a música começou e o estado de teatro foi se instalando, dançamos e as pessoas começaram a entrar na roda, alguns já conheciam o trabalho do Amir, caíram dentro e ajudaram muito na oficina. A praça toda colorida era linda, e o Amir que conforme combinado só pegaria a narração ao fim do espetáculo não se segurou é claro, nos pediu o microfone e quando vimos ela já estava no centro da roda narrando e dançando com todos. Acho que fizemos uns 40 minutos de oficina, depois o Amir passou a narração para o Pimpolho.
Acreditem, quem ficou no som foi o Chico, que foi muito corajoso, acho que era a segunda ou terceira vez que ele ia para o som para poder liberar o Pimpolho para narrar. E apesar das dificuldades e da pressão, ele fez muito bem!!!
Narramos o Campônio, a piada do Coelho, as Portuguesas, o Inferno Nacional (na qual o Amir fez o diabo!!!) e por fim o Amir entrou narrando a Esperança e fizemos O Bêbado e a Equilibrista. Durante todo a celebração o Pimpolho além de narrar realizou vários efeitos especiais (muitos fogos!!!). O Amir convidou os artistas de Macapá para serem homenageados, falou sobre a maravilha e o bem estar que era chegar naquela cidade à alguns anos atrás, entregou o Kit do Tá na Rua para cada um deles, que fazem parte da história, foi uma grande festa.
Ficamos muito felizes com tudo, as coisas fluíram maravilhosamente bem, voltamos para o hotel, jantamos, tomamos banho e fomos para o hotel do Amir avaliar.
Conversamos muito e ele foi cirúrgico no aponte de algumas questões para nos fazerem avançar, coisas que certamente levaríamos algum tempo para perceber. Ele falou sobre o fato de cantarmos as músicas junto com o som mecânico, neste caso as coisas vão todas para a cabeça e somem do corpo. Disse que quando temos o som mecânico temos que usá-lo, que uma coisa é o espetáculo da roda pequena (sem som mecânico) e o outro é o da rodona (com som mecânico), nós estávamos confundindo as coisas, estamos fazendo muito a roda pequena, só com o surdo e com a caixa, e quando fomos para o espaço grande com som, em alguns momentos deixamos de usar o recurso mecânico e isso nos prejudicou, a narrativa pode e deve ser auxiliada pelo equipamento de som, no caso da rodona. Falou ainda dos nossos figurinos que em algumas vezes não ajudavam, por exemplo, a Nossa Senhora com um vestido curto à mostra, isso confundia a imagem, também uma das portugueses vestida com uma ceroula e sem saia. Por fim, disse que não devemos apresentar a narrativa como piada, por exeplo a piada do coelhinho pode ser denominada uma narrativa que fala sobre como as aparências enganam.
Certamente esta avaliação nos fará evoluir muito, mas creio que principalmente o contato pessoal e físico com o Amir foi que nos trouxe mais força, era como se ele dissesse continuem que estão no caminho certo, foi uma benção para seguirmos nossos trabalhos e renovarmos nossos afetos!!!
Na madrugada fui com o Aldo levar nosso mestre para o aeroporto, ele retorna ao Rio, onde esta nossa outra parte do grupo Tá na Rua!!! Vá em paz amado Amir!!!
Obrigada por tudo!!! Saudades suas e de todos!!!
Ana Cândida

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